sábado, 15 de agosto de 2009

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Este Blog está doente
voltamos a programação normal assim que melhorar!




Condicional


Quis nunca te perder
Tanto que demais
Via em tudo o céu
Fiz de tudo o cais
Dei-te pra ancorar
Doces deletérios

Eu quis ter os pés no chão
Tanto eu abri mão
Que hoje eu entendi
Sonho não se dá
É botão de flor
O sabor de fel
É de cortar.

Eu sei é um doce te amar
O amargo é querer-te pra mim
O que eu preciso é lembrar, me ver
Antes de te ter e de ser teu, muito bem

Quis nunca te ganhar
Tanto que forjei
Asas nos teus pés
Ondas pra levar
Deixo desvendar
Todos os mistérios

Sei, tanto te soltei
Que você me quis
Em todo lugar
Lia em cada olhar
Quanta intenção
Eu vivia preso

Eu sei, é um doce te amar
O amargo é querer-te pra mim
Do que eu preciso é lembrar, me ver
Antes de te ter e de ser teu
O que eu queria, o que eu fazia, o que mais?
Que alguma coisa a gente tem que amar, mas o quê?
Não sei mais

Os dias que eu me vejo só
São dias que eu me encontro mais
E mesmo assim eu sei tão bem
existe alguém pra me libertar.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Bem vinda ao seu novo planeta. - Parte II


Isso não é uma retratação pública é bom deixar claro. Disse que poderiam jogar pedras (e jogaram!). Alguns chegaram a me ofender - ou se ofenderam, o que não era a minha intenção. Muitos me disseram "pelo menos você não está pagando" e foi exatamente aí que discordei e resolvi escrever um novo post.

Pago caro para estudar aqui! Pago eu, você, seus tios, avós, amigos e vizinhos. Não vou fazer um discurso politicamente engajado sobre o uso apropriado dos impostos ou sobre a robalheira existente no país. Mas, depois de 19 anos de contribuições tributárias, creio que deveria ter o mínimo de infraestrutura de qualidade no meu ambiente de estudos. Nunca fantasiei os órgãos públicos, nunca imaginei que seriam que nem as faculdades de filme americano. Mas vivenciar isso foi bem diferente do que eu pudesse imaginar. (como disse anteriormente: menos rosa).
É triste pensar que só quem pode pagar duas vezes tem direito a salas com isolamento acústico, bibliotecas mais organizadas e atualizadas, instalações confortáveis no geral. Eu já paguei por isso antes lembra?
Pra quem veio de um mundo completamente diferente que nem eu esse choque é bem mais evidente. Hoje vi uma camisa muito legal de um aluno da Facom que resume bem o que eu quis dizer aqui: Universidade Pública não basta ser de graça (e daí listava-se uma porção de coisas que deveria ter na universidade e que não tem). O que eu gostaria mesmo, e talvez não tenha sido clara, é que a minha faculdade fosse menos instituição governamental e mais instituição de formação academica e humana. Mas isso é mais distante de acontecer do que passar no vestibular.

  • Enquanto ao dia de hoje... Foi bem mais legal que o primeiro dia, conheci pessoas mais simpáticas na minha sala embora ainda tenha gente que me olha muito estranho. A mesma pessoa que me perguntou "por que gente como eu estava ali" e que eu não tenho "cara" de gente a facom. Enfim... Pelo menos agora sou um ET que faz contatos hahaha =D

  • Up pra dizer que achei um exemplo em que me encaixo melhor! Me sinto Elle Woods quando entrou em Havard!

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Bem vinda ao seu novo planeta.

ATENÇÃO: este post está SIM carregado de preconceitos que espero, do fundo do meu coração, que sejam quebrados ao longo do tempo.

Pedindo licença a bruberries para usar trechos adaptados de seu texto pois não consegui relatar de melhor forma as minhas primeiras impressões sobre a UFBA. O texto original está bem aqui


No dia 29 de Maio, quando recebi a noticia de que tinha sido aprovada na UFBA fiquei tão feliz. Era um sonho realizado, depois de ficar doente no dia da prova de vestibular, encarar um ano de cursinho e ter a decepção de não ser aprovada ver meu nome na lista elevou meu ego e me trouxe uma satisfação pessoal inenarrável. Minhas pretensões eram cursar a Facs paralela a UFBA e assim levar enquanto der. Só que meu primeiro dia de aula não foi tão feliz quanto o dia que recebi a noticia da aprovação. Pensei que minha satisfação pessoal me bastaria mas não foi bem assim.
Depois de ter estudado na Facs, a Ufba não era nada, me decepcionei muito com a estrutura da faculdade. Desde as carteiras em que o apoio de costas eram moles até as paredes pintadas de um tom breguíssimo, tudo me incomodava. Fora o ambiente frio e distante, que não fazia eu me sentir bem-vinda. UFBA, definitivamente, você não é uma boa anfitriã.
Eu era um ET naquele lugar. Alguns não davam bom dia ou quando davam eram excessivamente felizes. Outros (a maioria) eram emos ou hippies - nada contra, é só um relato - cheio de dreads, como a menina que sentou na minha frente no auditório, ou com cabelos coloridos, que nem a que tava do lado oposto da sala, parte de cima pintada de preta, parte de baixo de laranja. Senti saudades das camisas polos e do shows de moda dado pelos estudantes do meu P.A. antigo. * insira aqui seu comentário sobre a minha futilidade ou sobre a importância de se libertar dos padrões impostos pela sociedade * Pelo menos lá não me sentia estranha e sozinha.
Mas hoje serviu pra eu entender e aprender muita coisa. Aprendi que um professor amargurado com a coordenação do curso pode render intermináveis minutos de desabafo. Aprendi também que se eu não usasse all star em cerca de um ano, ia continuar sozinha nos intervalos. E que terei que ir atrás de um monte de coisas por minha conta - o que não é necessariamente ruim. Entendi que a biblioteca é impossível de se usar em dias de chuva e que pra algumas pessoas ser bonita é sinonimo de ser burra. Entendi que "datashow" pode ser um ótimo artificio pra manter seus alunos acordados em sala de aula e que apesar de minha faculdade ser perto tenho que andar muito pra chegar nela.
Nem tudo foi assustador. A Oficina de comunicação escrita (apesar de não entender ainda muito bem a função dela) é bastante interessante. Gostei dos projetos de Fanzines e da Peça de conclusão de curso, mesmo achando que ninguém irá escolher o ET aqui pra fazer parte de seu grupo. A Produtora Jr. foi outra coisa que me empolgou BASTANTE. Até porque algumas das coisas que eles falavam ali eu já conhecia e parecia entender bem mais do que meus colegas (coisas que aprendi em CMKT no caso), me senti mais aceita em pensar na possibilidade de participar da PJR do que na minha sala de aula.
No fim das contas meu primeiro dia não foi ruim. Foi estranho e menos "rosa" (apesar do caderno cheio de frufrus, das canetas coloridas e com cheiro de fruta e da agenda a Marie: a gatinha do aristogatos) do que eu estou acostumada a ver. Mas não chorei desesperada como no jardim de infância, não liguei pras amigas de 5 em 5 minutos com saudades e terminei a manhã com esperanças de encontrar meu caminho na nova faculdade. (e com a certeza de que não irei abandonar a velha, pelo menos por enquanto.)


  • up para dizer que me inscrevi no processo seletivo da PJR, será que eu passo? :S

domingo, 2 de agosto de 2009

Tarde pra ficar

- É tarde.
- Já vai?
- Já.
- Não!
- Tenho que ir.
- Fica!
- Já disse que não posso.
- Pra que ir agora?!
- É tarde.
- É cedo!
- Não dá... Se não sair agora, não saio mais.
- Então não saia!
- Eu preciso sair. Você precisa que eu saia.
- Eu? Pra que? Eu te quero aqui.
- Não quer. É cômodo, mas não quer.
- Então você vai mesmo.
- Vou.
- Você volta?
- Talvez.
- Fica.
- Não dá. Já disse, não insista!
- Então adeus.
- Até mais vê.
- Apareça pra tomar um vinho, conversar quem sabe.
- Assim que der.
- Jura?
- Não.
- Pena.
- Não posso jurar, não sei que rumo minha vida irá tomar. Sei que preciso ir.
- Então vá logo.
- Até mais vê.
- Até.

Apagou a luz, bateu a porta e foi andando em direção a lugar nenhum sem saber aonde iria chegar e nem se iria voltar.

What would you do if my heart was torn in two?


Saying 'I Love you' is not the words I want to hear from you... Não é que eu não fosse gostar de ouvir, iria sim e muito. Mas num relacionamento "livre", em uma amizade colorida, esse é o tipo e coisa que eu não sei quero ouvir.
Andei refletindo sobre as minhas relações e conclui que verdade é que todo mundo tem seu porto seguro, seu lanchinho predileto. O cara que sempre que você está carente você procura, a menina que você corre atrás toda vez que lhe interessa. E isso não é errado. O único problema é quando você começa a confundir as coisas o que era pra ser um relacionamento livre de cobranças passa a vivenciar DRs todos os dias. No caso das amizades coloridas é ainda pior. Alem das DRs as coisas começam a afetar a amizade.
E é esse segundo caso que estou vivendo agora. Não somos mais amigos que nem antes, não somos mais "nada" exatamente. As coisas envoluiram para um ponto que o ciumes é incontrolável e impossível de se disfarçar. Gosto mais que amigo e menos que paixão. Tenho mais medo de perder do que se fosse um paquera qualquer. Atitudes que antes não me incomodariam me incomodam e muito. A vida dele afeta a minha como antes não afetaria.
E ai, dividida entre a amizade e o afeto, fico confusa com meus próprios sentimentos. Não quero ouvir um "eu te amo" mas ser "minha amiga" não basta. Me mordo de ciumes se ele se envolve com alguém, mas quando é o contrário que acontece o trato como apenas bons amigos.
O perigo dessas relações é que a probabilidade de magoar a pessoa é maior, em dobro. E a dificuldade pra pedir perdão é igualmente proporcional. A intimidade aumenta, os segredos também. O amor livre é extremamente ambíguo. A verdade é que o ser humano, acostumado com posses, com "ter", ainda não estar preparado para viver este tipo de relação. E eu não sou diferente do resto da humanidade.
Agora fico aqui, com meu coração partido em dois.